UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
PROJETO GLOBAL CROSSINGS
COORDENAÇÃO: PROFA. CLAUDIA LOUREIRO
NEWSLETTER ESPECIAL
MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA EUROPA
Os textos abaixo versam sobre as mudanças climáticas na Europa, tratando sobre as ondas de calor na Europa, os impactos climáticos advindos da agricultura e um paralelo histórico entre a Revolução Industrial e as chuvas ácidas. Essa produção é resultado de uma avaliação da disciplina de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas no Cenário Internacional da UFRN ministrada pelo Prof. Raimundo Nonato.
Discentes:
Deysiane Ariele Nunes de Oliveira
Letícia Furtado Oliveira Menezes
Yasmim Kamila da Costa Ribeiro
1. ONDAS DE CALOR NA EUROPA
As ondas de calor no continente Europeu consistem em uma problemática grave e intensificada ao longo dos anos, culminando em impactos multissetoriais disseminados e cada vez mais perceptíveis.
Consoante o Relatório sobre o Estado do Clima na Europa, propagado pelo Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus e pela Organização Meteorológica Mundial, há a instauração de um preocupante cenário com consequências severas na saúde da população, bem como no meio ambiente, dada a intensificação inescrupulosa de incêndios florestais e a elevação de gases do efeito estufa. Segundo o Relatório ocorreu uma elevação em 30% nas mortes ocasionadas em decorrência da elevação das temperaturas, somente nos últimos 20 anos.
Ademais, foi verificado que o ano de 2023 foi o ano mais quente já registrado desde o início dos estudos, sendo preocupante resultado de tal evento climático e meteorológico extremo: A “Europa é uma das regiões com o maior aumento projetado no risco de inundações, e um aquecimento global de 1,5 °C poderia resultar em 30 mil mortes anuais na Europa devido ao calor extremo”, afirma o Copernicus.
Tal cenário denota a gravidade de uma conjuntura que intimamente se vincula aos efeitos das mudanças climáticas. Uma atuação direcionada e resolutiva de atenuação, reparação e prevenção deve ser foco e prerrogativa de atuação interinstitucional, tanto a nível local como global.
Um comunicado publicado em 2024 pela divisão europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que mais de 175 mil pessoas vêm a óbito anualmente no continente europeu, em decorrência dos efeitos da elevação extrema das temperaturas.
Trata de uma porcentagem equivalente a 36% do total de mortes vinculadas direta ou indiretamente ao calor, registradas entre os anos 2000 e 2019. De acordo com a OMS, a facilidade de ganho de temperatura e consequente aquecimento do continente europeu é alarmante e repercutem tanto no cenário ambiental, como também vem a agravar doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e respiratórias, para além da configuração de um verdadeiro estresse térmico, com efeitos psíquicos e emocionais.
De acordo com o Secretário-Geral das Nações Unidas, o olhar atento aos vulneráveis, o cuidado com o meio ambiente e a tomada de medidas para estabilização do aumento da temperatura global é imprescindível para que se possa ocorrer uma mínima resolutividade frente a tal preocupante questão. Caso contrário, um cenário catastrófico de inundações, calor extremo e seca é inevitável.
Em um cenário contemporâneo de frequentes incêndios florestais e elevação das temperaturas em inúmeras áreas da Europa, o chefe do Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde na Europa, Hans Kluge, demonstra preocupação frente à gravidade dos efeitos desastrosos oriundos das mudanças climáticas no continente.
Kluge entende que, de fato, “a mudança climática não é nova. Suas consequências, no entanto, estão aumentando estação após estação, ano após ano, com resultados desastrosos”, evidenciando que os incêndios em 2022 ultrapassaram fronteiras e alcançaram o norte da Escandinávia.
Para ele, deve “existir uma vontade de ação desesperada pan-europeia para combater efetivamente as mudanças climáticas, a crise abrangente de nosso tempo que ameaça tanto a saúde individual quanto a própria existência da humanidade”. Assim, a manifestação de atuação política e a aplicação coordenada e direcionada dos institutos dispostos no Acordo de Paris emerge um cenário de ínfima esperança diante de uma catástrofe ecológica preocupante.
A celeridade e intensidade da elevação das temperaturas na Europa intriga e preocupa cientistas e estudiosos de climatologia, sendo consequência direta do aquecimento global, o qual vem gerando impactos mais graves do que qualquer evento climático nos últimos 2 mil anos.
De acordo com pesquisadores suíços do Instituto de Ciência Climática e Atmosférica de Zurique, os dias de verão com calor extremo triplicaram desde o ano de 1950, somente no continente europeu. Para além disso, há uma elevação na temperatura média no inverno, demonstrando uma tendência evolutiva mais rápida de calor extremo do que os estudos preliminares de monitoramento.
Segundo os pesquisadores, os verões e invernos europeus estarão mais quentes pelos próximos anos. Cabe a menção que, em 2019, o verão na região Sul da França alcançou um recorde de 46ºC e que a tendência é a manutenção de dados alarmantes.
Vale a rememoração do cenário drástico das ondas de calor na França no ano de 2022. A Météo France, serviço nacional de meteorologia, alertou, à época, que tempestades violentas deveriam ocorrer nas regiões dos Altos-Pirineus e de Béarn, para além da primordialidade de atuação direta no combate à incêndio florestais na região que queimaram 4.700 hectares de floresta em La Teste de Buch e 12.000 hectares em Landiras, mobilizando mais de dois mil bombeiros de toda a França.
- Referências
BRAITHWAITE, Sharon. Mais de 1,7 mil pessoas morreram por conta do calor na Europa, diz OMS. [S. l.]: CNN Brasil, 2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/mais-de-17-mil-pessoas-morreram-por-conta-do-calor-na-europa-diz-oms/. Acesso em: 22 maio 2025.
G1. Temperatura deve passar de 40ºC em Paris e incêndios devastam o sul da França. G1, 19 jul. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/07/19/onda-de-calor-na-europa-temperatura-deve-passar-de-40oc-em-paris-e-incendios-devastam-sul-da-franca.ghtml. Acesso em: 22 maio 2025.
GALILEU. Europa está aquecendo mais rápido do que o esperado, afirmam cientistas. Revista Galileu, 2019. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/09/europa-esta-aquecendo-mais-rapido-do-que-o-esperado-afirmam-cientistas.html. Acesso em: 22 maio 2025.
ONU NEWS. Ondas de calor na Europa aumentam mortes e causam impactos generalizados. Nações Unidas, 22 abr. 2024. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2024/04/1830626. Acesso em: 22 maio 2025.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Regional Office for Europe. Home. [S. l.]: WHO, c2025. Disponível em: https://www.who.int/europe/home?v=welcome. Acesso em: 22 maio 2025.
2. IMPACTOS DA AGRICULTURA
O plano da União Europeia para as mudanças climáticas é chamado de Pacto Verde Europeu, aprovado em 2020. Ele visa tornar a UE neutra em carbono até 2050, reformulando leis antigas com foco no clima e criando novos padrões para áreas como economia circular, renovação de edifícios, biodiversidade, agricultura e inovação.
É um plano ambicioso e, entre suas metas mais controversas, estão: os agricultores precisam usar 4% das terras aráveis para fins não produtivos e reduzir o uso de fertilizantes em 20%, o que tem causado muito debate sobre os impactos no setor agrícola.
Essas estratégias têm um nome: “Do Prado para o Prato”, que visa não encarecer os alimentos, garantindo opções mais saudáveis para os consumidores, além de embalagens sustentáveis.
Essa iniciativa gerou uma série de protestos, muitos violentos, sob o slogan “sem fazenda, sem comida”. Embora cada país europeu tivesse suas próprias razões para instigar os protestos, um denominador comum foi a regulamentação ambiental, que prejudicava a renda dos agricultores e a viabilidade de sua produção.
Em 2020, 157 milhões de hectares de terra eram utilizados para a produção agrícola na UE, 38% da área total da UE. Essa quantidade de terra causou alguns efeitos das mudanças climáticas, como a perda de biodiversidade.
Nas últimas três décadas, a Europa testemunhou uma queda drástica, de quase 50%, nas populações de aves comuns em terras agrícolas, como a trigueirinha, o pintassilgo, o abibe e a cotovia. Esse declínio acentuado, destacado pelo Índice de Aves em Terras Agrícolas, pinta um quadro preocupante da deterioração dos ecossistemas agrícolas e da biodiversidade do continente.
Em toda a Europa, a maioria dos habitats naturais e da vida selvagem protegidos ainda enfrenta dificuldades. Aproximadamente 60% das espécies protegidas e impressionantes 77% dos tipos de habitat permanecem em mau estado de conservação. O continente também não atingiu sua meta de interromper a perda de biodiversidade até 2020.
A agricultura, especialmente em sua forma intensiva, é uma das principais responsáveis pela poluição da água na Europa. Estima-se que mais de 50% do nitrogênio presente nos corpos d’água europeus seja proveniente das atividades agrícolas, além de uma quantidade significativa de fosfatos. Esse excesso de nutrientes, resultado tanto do uso de fertilizantes quanto do manejo inadequado de resíduos como urina e esterco animal, contribui para a eutrofização — um fenômeno que leva à proliferação excessiva de algas e plantas aquáticas. Esse desequilíbrio reduz os níveis de oxigênio na água, afetando gravemente a vida aquática e comprometendo o funcionamento saudável dos ecossistemas.
A situação é particularmente crítica em regiões com forte presença da pecuária leiteira, como Irlanda e Itália. O setor de produção de laticínios é um dos que mais impacta o meio ambiente, sendo responsável não apenas pela emissão de gases de efeito estufa, mas também pela contaminação de águas subterrâneas e superficiais. A gestão inadequada de resíduos orgânicos e fertilizantes intensifica a poluição, especialmente em períodos de estiagem e baixos níveis dos rios — como tem sido observado no norte da Itália, agravado pelas mudanças climáticas.
A Europa abriga cerca de 100 mil corpos d’água superficiais (rios, lagos, pântanos, reservatórios) e 12 mil aquíferos subterrâneos, fundamentais tanto para o abastecimento de água potável quanto para a preservação da biodiversidade. No entanto, esses sistemas estão entre os ecossistemas mais degradados do mundo. Em toda a Europa Ocidental, estima-se que cerca de 25% do nitrogênio presente nas excreções animais seja liberado na atmosfera, representando não só uma ameaça ambiental, mas também um risco à saúde humana.
Os solos saudáveis desempenham um papel essencial para a manutenção da vida e dos ecossistemas, fornecendo serviços fundamentais como a segurança alimentar, a proteção da saúde humana e a adaptação às mudanças climáticas. No entanto, entre 60% e 70% dos solos da União Europeia estão em estado degradado, resultado de fatores naturais e socioeconômicos diversos. Essa degradação compromete a qualidade do solo, limita suas funções ecológicas, reduz sua produtividade e representa um prejuízo econômico considerável.
A degradação do solo ameaça diretamente a capacidade produtiva das terras agrícolas. À medida que o solo se deteriora, os países enfrentam uma queda progressiva na produção de alimentos e, em muitos casos, o abandono gradual de áreas agricultáveis, principalmente aquelas em processo de desertificação. Isso ocorre devido aos altos custos de recuperação e à crescente incerteza climática.
A erosão causada pela água — incluindo a erosão laminar e a erosão em sulcos — é a principal responsável pela perda de solo na União Europeia. Dados de 2016 mostram que mais de 80% das áreas afetadas por erosão hídrica moderada a severa são compostas por terras cultiváveis e pastagens naturais. Atualmente, cerca de 115 milhões de hectares do território europeu sofrem com a erosão provocada pela água, e outros 42 milhões são afetados pela erosão causada pelo vento.
Essa perda é especialmente alarmante quando se considera que os solos armazenam cerca de um quarto de toda a biodiversidade do planeta. Proteger o solo é, portanto, uma condição indispensável para garantir a sustentabilidade ambiental, a segurança alimentar e a resiliência frente às mudanças climáticas.
2.1. Referências
2023-2024 EUROPEAN UNION FARMERS’ PROTESTS. In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/2023%E2%80%932024_European_Union_farmers%27_protests. Acesso em: 21 mai. 2025.
EFTHIMIOU, Nikolaos. Governance and degradation of soil in the EU. An overview of policies with a focus on soil erosion. Soil and Tillage Research, Volume 245, January 2025. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S016719872400309X. Acesso em: 21 mai. 2025.
EUROPEAN COMMISSION. The EU crop map – a first continental high-resolution map of the European Union. Disponível em: https://joint-research-centre.ec.europa.eu/jrc-news-and-updates/eu-crop-map-2021-10-18_en. Acesso em: 21 mai. 2025.
EUROPEAN GREEN DEAL. In: Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/European_Green_Deal. Acesso em: 21 mai. 2025.
EUROSTAT. Agri-environmental indicator – soil erosion. Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=Agri-environmental_indicator_-_soil_erosion. Acesso em: 21 mai. 2025.
EUROSTAT. Farms and farmland in the European Union – statistics. Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php?title=Farms_and_farmland_in_the_European_Union_-_statistics. Acesso em: 21 mai. 2025.
FINGER, Robert, et. al. Farmer Protests in Europe 2023–2024. EuroChoices, v. 23, issue 3, 30 set. 2024. DOI: https://doi.org/10.1111/1746-692X.12452.
IFOAM. #LASTCHANCECAP AGRICULTURE POLICY MUST LIMIT BIODIVERSITY LOSS. Disponível em: https://www.sdgwatcheurope.org/wp-content/uploads/2020/09/CAP-and-biodiversity-factsheet.pdf. Acesso em: 21. Mai. 2025.
MACEARLEAN, Fergal. Intensive dairy agriculture major polluter of Europe’s surface waters. Water News Europe, 01 nov. 2023. Disponível em: https://www.waternewseurope.com/intensive-dairy-agriculture-major-polluter-europes-surface-waters/. Acesso em: 21 mai. 2025.
- CHUVA ÁCIDA
Um fenômeno ambiental preocupante tem ganhado destaque nos últimos meses: a chuva ácida. Dados recentes demonstram um aumento significativo da precipitação em determinados períodos do ano, como o observado em março, com média superior a 120 mm, seguido por janeiro e novembro. Especialistas alertam que a elevação nos índices pode estar relacionada ao agravamento da poluição atmosférica.
A chuva ácida ocorre devido à liberação de gases poluentes na atmosfera, como dióxidos de enxofre (SO₂) e óxidos de nitrogênio (NOₓ), que reagem com a água presente nas nuvens e formam ácidos. Esses gases são emitidos, em sua maioria, por atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis em indústrias, usinas termelétricas e veículos automotores.
Embora existam causas naturais para o fenômeno, como erupções vulcânicas, os cientistas são unânimes em afirmar que a principal origem está na ação humana. “É um impacto direto do nosso modelo de desenvolvimento industrial e urbano”, destaca a bióloga ambiental Sofia Martín, da Universidade de Madri.
Além dos danos à saúde humana e ao meio ambiente, a chuva ácida pode comprometer solos, corpos d’água, florestas e construções históricas. A tendência de aumento nas chuvas mais intensas em meses específicos reforça a urgência por políticas públicas voltadas à redução da emissão de poluentes e ao incentivo de fontes limpas de energia.
O fenômeno, que há décadas é tema de preocupação ambiental global, agora volta ao centro do debate diante dos dados alarmantes. A responsabilidade coletiva, segundo os especialistas, é o único caminho para conter os efeitos devastadores da chuva ácida nas próximas gerações.
Um dado alarmante acendeu o sinal de alerta na Europa: cerca de 50% das florestas da Alemanha e da Holanda já foram destruídas pela ação da chuva ácida. O fenômeno, agravado pela poluição atmosférica, vem comprometendo gravemente os ecossistemas da região, com impactos diretos na biodiversidade, no solo e na qualidade do ar.
A chuva ácida ocorre quando gases poluentes, como dióxido de enxofre (SO₂) e óxidos de nitrogênio (NOₓ), são lançados na atmosfera por atividades humanas — especialmente pela queima de combustíveis fósseis em fábricas, usinas e veículos. Esses gases reagem com a água presente nas nuvens, formando ácidos que retornam à superfície em forma de precipitação. Ao atingirem as florestas, esses compostos corroem as folhas, enfraquecem o solo e tornam as árvores mais suscetíveis a doenças e pragas.
Especialistas destacam que os países mais industrializados, como Alemanha e Holanda, são também os mais afetados. “As concentrações elevadas de poluentes fazem com que a chuva ácida seja recorrente, o que tem um efeito cumulativo sobre as florestas”, afirma Hans Müller, pesquisador ambiental do Instituto Europeu de Estudos Climáticos.
Além da perda de cobertura vegetal, o fenômeno contribui para o desequilíbrio dos ecossistemas e acelera as mudanças climáticas. Em áreas como a Floresta Negra (Alemanha) e reservas naturais holandesas, já se observam danos irreversíveis, afetando não só a flora, mas também a fauna que depende dessas áreas para sobreviver.
Medidas de contenção, como o uso de tecnologias menos poluentes e investimentos em energia limpa, estão em debate entre os países da União Europeia. No entanto, organizações ambientais alertam que as ações precisam ser urgentes e coordenadas para evitar que o impacto se torne ainda mais devastador.
- Referências
MAGALHÃES, Lana. Chuva Ácida. Toda Matéria, [s. d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/chuva-acida/. Acesso em: 21 mai. 2025.
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS IMPACTOS DA MINERAÇÃO E DO AGRONEGÓCIO NO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔNICA
Este é um trabalho em grupo dos alunos Ezequiel Nascimento, Larissa Felipe e Laura Beatriz, para da componente de Meio Ambiente e Mudança Climática no Cenário Internacional, do curso de Relações Internacionais da UFRN.
- RESUMO E APRESENTAÇÃO
A América do Sul pulsa. Vibra. Grita. É berço de uma natureza tão rara que parece ter saído de um sonho coletivo. Mas esse sonho vem sendo dilacerado por motosserras, esmagado por tratores e contaminado por ambições que não criam raízes, apenas arrancam as que já existem.
A Amazônia, esse coração verde que pulsa no centro do continente, agoniza em silêncio. O desmatamento se espalha como uma febre antiga, que todos já conhecem, mas preferem fingir que não sentem. Mineração, agronegócio, interesses econômicos que, na balança dos lucros, valem mais que vidas, tudo isso se mistura numa engrenagem que gira sem freios, nos levando a um destino perigoso, talvez irreversível. E os dados são brutais: mais de 20% da floresta já virou lembrança. Milhões de pessoas afetadas por conflitos invisíveis aos olhos dos grandes centros. E ainda há quem chame isso de “progresso”. Mas espera aí… desde quando destruir é o mesmo que desenvolver?
Este trabalho é mais do que um alerta: é um convite. Um chamado para que a gente olhe de novo, repense e replante ideias. Porque proteger a Amazônia não é uma tendência passageira, é questão de sobrevivência. Resistir, hoje, é semear o amanhã.
“Se uma árvore cai na floresta e ninguém está lá para ouvir, ela faz barulho?” Esse dilema filosófico sobre percepção e realidade ganha uma nova camada na América do Sul, especialmente entre os oito países que compartilham a Amazônia. Por aqui, a resposta é dolorosamente clara. O desmatamento se dá todos os dias, mas a percepção humana: limitada, seletiva, urbana, não dá conta de captar o que está em jogo. As árvores caem, e o mundo continua como se nada tivesse acontecido. Mas as consequências falam, mesmo quando não queremos ouvir. Estão no aumento das temperaturas, na perda da biodiversidade, nas comunidades inteiras sendo silenciadas por interesses que passam por cima delas como correntes de ferro. Sentimos, sim, no clima, na pele, nas manchetes. Mas sentir é suficiente? O que fazemos depois de perceber?
Essa é a verdadeira questão ambiental. E a intenção aqui não é nos paralisar diante da destruição do que é, por direito, de todos nós — o acesso a um meio ambiente equilibrado e saudável. É, sim, nos despertar para o fato de que interesses privados estão sendo priorizados em detrimento do bem comum. E que, se nada mudar, não estaremos perdendo apenas um futuro possível ou um amanhã desejável, estaremos perdendo o próprio amanhã. Proteger a Amazônia é, acima de tudo, lutar pelo direito de existir no tempo. Porque a floresta não é o passado. Ela é a chance de termos um futuro.
- DESMATAMENTO
A região de 8,5 milhões de km2 conhecida como “Pan-Amazônia” é dividida entre oito países independentes (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Venezuela e Suriname) e a região ultramarina da França, a Guiana Francesa. Por sua vez, o que conhecemos como “Amazônia Legal” é uma divisão política feita pelo governo brasileiro em que determina os limites da “Amazônia Brasileira”, a floresta Amazônica dentro dos limites do território brasileiro, que engloba oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão) e compreende mais de 772 municípios.
A floresta amazônica se destaca entre os biomas mundiais pela sua taxa de floresta
primária, termo que se refere a porções florestais que não tenham sido tocadas ou modificadas de forma tão predatória pelo ser humano. Contudo, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a taxa de desmatamento na Amazônia Legal aumenta de forma significativa principalmente nas porções de floresta primária, com um aumento de 6.947 km2 em 2017, até atingir pico de 13.038 km2 em 2021 e posterior redução para até 6.288 km2 em 2024 (INPE, 2024). Quando falamos do desmatamento acumulado, do
desmatamento total, 20,6% da cobertura florestal original foi desmatada (INPE, 2024). O desmatamento ocorre principalmente nos estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas.
Com números tão expressivos, a necessidade de se apontar dedos para os verdadeiros culpados e quais são as principais causas apenas aumenta também. O problema considerável das queimadas na Amazônia Legal e no Cerrado, por exemplo, de acordo com o projeto BDQueimadas do INPE, é causado pela limpeza das áreas para pasto e agricultura (INPE, 2024). Além de desmatar, as queimadas provocam focos de calor, termo que se refere à áreas em que a temperatura está acima de 47°C, e o número de focos de calor de 2024 foi o maior número do período de 2014-2024, atingindo 192.700 focos de calor, um aumento de 52% em relação ao ano anterior (INPE, 2025). Quando consideramos os mais de 700 municípios dentro da Amazônia Legal, os focos de calor se consagram como um problema de bem-estar social atual. Como uma consequência da liberação desenfreada de Gases de Efeito Estufa (GEE) decorrentes das atividades que ocorrem na região, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), 48% das emissões de todo o Brasil ocorreram na Amazônia Legal, com mais de 1,1 bilhão de toneladas sendo emitida em 2023 (SEEG, 2024).
O garimpo ilegal também ganha o seu espaço como um dos principais contribuintes para a difícil situação da Amazônia, tendo crescido proporcionalmente entre 2000 e 2023, principalmente nas regiões Tapajós no estado do Pará e na Terra Indígena Yanomami em Roraima (Mapbiomas, 2024). Um outro agente causador é a atividade do agronegócio que, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais do que dobrou entre 2000 e 2023, indo de 47,2 milhões de cabeças de gado para 104,8 milhões de cabeças de gados (IBGE, 2024).
- AGRONEGÓCIO
O desmatamento na América do Sul é um fenômeno intensificado principalmente pela expansão do agronegócio, com destaque para o Brasil, mas também presente em países como Argentina, Paraguai, Bolívia e Colômbia. A região abriga ecossistemas de grande importância global, como a Floresta Amazônica, o Cerrado, o Chaco e a Mata Atlântica, todos ameaçados por atividades econômicas baseadas na conversão de florestas em áreas agrícolas e pecuárias.
O caso brasileiro, foco principal do artigo analisado, ilustra bem essa realidade. A partir da década de 1970, houve um forte incentivo à expansão agrícola, principalmente com o avanço da fronteira agrícola sobre o Cerrado e a Amazônia. Culturas como soja, milho e cana-de-açúcar, e a criação extensiva de gado, transformaram o Brasil em líder global na produção e exportação de commodities às custas de extensivas áreas de vegetação nativa.
Essa dinâmica se repete em outros países sul-americanos: Na Bolívia e no Paraguai, a expansão da soja tem causado forte pressão sobre o Gran Chaco; Na Argentina, o desmatamento se concentra principalmente na região norte, também vinculado a soja e a pecuária; Na Colômbia,o crescimento da agricultura e a mineração têm contribuído para a degradação de florestas tropicais andinas e amazônicas. Os impactos ambientais comuns em toda a América do Sul incluem: Perda da biodiversidade e fragmentação dos habitats; Contaminação do solo e da água por agrotóxicos e fertilizantes; Alterações climáticas locais e globais, já que as florestas funcionam como reguladoras do clima e estoques de carbono; Conflitos sociais com comunidades indígenas e tradicionais, que dependem diretamente dos recursos naturais.
O modelo de desenvolvimento predominante nos países sul-americanos prioriza o crescimento econômico baseado na exportação de produtos agrícolas, sem considerar adequadamente os custos ambientais e sociais. A falta de fiscalização, políticas ambientais frágeis e interesses económicos internacionais reforçam essa trajetória de desmatamento.
- MINERAÇÃO
A mineração no Brasil é uma velha conhecida. Uma força que, desde o século XVII, cava fundo não só o solo, mas também a história e a economia do país. Com seus olhos voltados para as entranhas da terra, esse setor tem mantido um papel de peso na balança comercial e na geração de empregos, representando, por exemplo, cerca de 4% do Produto Interno Bruto em 2019. Mas, se por um lado o brilho dos metais reluz no PIB, por outro, o rastro que essa atividade deixa é sombrio e profundo. Entre promessas de progresso e realidade nua e crua, a mineração escancara as feridas abertas no meio ambiente e nos modos de vida que se veem soterrados por escavadeiras e discursos de desenvolvimento.
A terra, exausta e violentada, responde com veemência. Os impactos ambientais são muitos e variados, e não raro ganham contornos trágicos. Da contaminação persistente de solos e águas por metais pesados e mercúrio ao desmatamento voraz e à erosão que come pelas beiradas a estrutura dos ecossistemas, a mineração desfaz o equilíbrio como quem puxa o fio de um tecido delicado. Os desastres de Mariana e Brumadinho não deixam dúvidas: são retratos de um futuro anunciado, imagens cruas de um país que parece aprender pouco com as cinzas do passado. A lama que desceu pelas encostas levou vidas, destruiu casas e deixou cicatrizes irreversíveis na paisagem e nas almas. Ainda hoje, minas abandonadas seguem escorrendo veneno, como se a terra chorasse, lenta e silenciosamente, pela negligência que a consome.
Mas não é só o meio ambiente que geme. As consequências sociais da mineração reverberam por campos e cidades, cortando o país como veias inflamadas. Os conflitos por terra e água se espalham feito erva daninha, afetando desde trabalhadores e moradores urbanos até comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e pescadores. Em 2023, os números saltaram aos olhos: mais de 2,8 milhões de pessoas impactadas por algum tipo de conflito ligado à mineração, num aumento gritante em relação ao ano anterior e, cá entre nós, não parece que essa maré vá baixar tão cedo. Violências extremas, condições degradantes de trabalho, ameaças de morte, desaparecimentos, assédios e até assassinatos escancaram a face mais cruel dessa engrenagem.
A saúde também não escapa ilesa. A contaminação por mercúrio adoece corpos, mina resistências e fragiliza comunidades inteiras. Com a circulação descontrolada de garimpeiros, doenças como malária e COVID-19 encontraram solo fértil para se espalhar, como se as epidemias fossem sombras que pairam sobre os territórios indígenas, já tão feridos por outras tantas ausências. Nessas paisagens, a morte muitas vezes chega antes da assistência, e a sobrevivência vira um desafio diário, uma espécie de resistência silenciosa diante do abandono institucional.
E quando a terra cede, como aconteceu em Maceió com o afundamento do solo causado pela extração de sal-gema, o que desaba não são apenas casas ou prédios, desmoronam vidas, memórias, economias locais inteiras. O comércio foge, os moradores partem, e o que resta é um vazio urbano difícil de preencher. A mineração ilegal, por sua vez, se alastra feito fogo em palha seca. Representando quase um quinto dos conflitos minerários em 2023, ela se alastra principalmente pelas terras indígenas, como as dos povos Yanomami, Munduruku e Sararé. A cada nova invasão, o mercúrio corre pelos rios, os peixes morrem, as crianças adoecem, e o medo vira morador fixo. Os Yanomami, em especial, vivem hoje uma tempestade que mistura escassez, violência e abandono, um retrato amargo do Brasil profundo.
Do ponto de vista das leis, há uma tentativa de pôr ordem nessa casa, ainda que nem sempre com sucesso. A Lei nº 9.985/2000, que cria o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (o famoso SNUC), busca estabelecer limites e proteger os pedaços de natureza que ainda resistem. Ela divide essas áreas em dois grandes grupos: as de Proteção Integral, que praticamente blindam o território contra qualquer atividade econômica, e as de Uso Sustentável, onde a mineração pode até ter vez, mas só se passar por um crivo técnico bastante exigente. Em algumas dessas áreas, como as APAs, ARIEs e Reservas de Fauna, a exploração é possível, sim, mas com muitas vírgulas, notas de rodapé e planos de manejo no meio do caminho. Já nas Reservas Extrativistas e RPPNs, a coisa muda de figura: ali, o “não” à mineração é claro, direto, quase uma cláusula pétrea.
E quanto às Florestas Nacionais? Ah, essas vivem num vaivém jurídico que mais confunde do que esclarece. Enquanto alguns interpretam que, por não haver proibição expressa, a mineração estaria autorizada (a contrario sensu), outros (e aí entram o ICMBio, a AGU e boa parte da doutrina) batem o pé: a ausência de proibição não é sinônimo de permissão. Na dúvida, melhor fechar a porteira do que chorar o leite derramado. O entendimento predominante hoje é de que, após a promulgação da Lei do SNUC, não se admite mais mineração nessas áreas. Porém, como o tempo também tem seu peso, as atividades iniciadas antes da nova lei ainda podem ter continuidade, respeitando o velho princípio do tempus regit actum, o tempo rege o ato, como quem diz que o passado não se desfaz por decreto.
Apesar de todo esse emaranhado de normas e diretrizes, o fato é que as mineradoras continuam pisando em ovos quando o assunto é responsabilidade ambiental. As ações preventivas são, no mais das vezes, tímidas, quase tímidas demais, como se cada passo dado fosse só para inglês ver. Os programas socioambientais soam protocolares, e o licenciamento ambiental muitas vezes vira uma etapa burocrática que pouco dialoga com a complexidade dos danos reais. Em 2023, figuraram entre as principais violadoras empresas como a Vale S.A. (e sua antiga parceria com a Samarco e a BHP), Braskem, CSN e Tombador Iron Mineração. Entre as estrangeiras, destaque, nada honroso, para as companhias australianas e canadenses.
Felizmente, a sociedade civil tem se mostrado cada vez mais atenta e combativa. Organizações como o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração têm feito barulho, lançado luz sobre conflitos invisibilizados e exigido respeito aos direitos humanos e à integridade dos territórios. No entanto, entre relatórios e promessas, entre planos de mitigação e retórica empresarial, a pergunta que paira no ar continua sendo: quem paga a conta? Porque, ao fim e ao cabo, os territórios continuam sendo devorados pouco a pouco, e os povos, deixados à margem de um modelo que insiste em cavar fundo, às vezes fundo demais,sem saber como (ou se) vai voltar à superfície.
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